terça-feira, 25 de setembro de 2012

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Detalhes decisivos


É por noites assim que o futebol apaixona milhares e milhares de pessoas por todo o mundo. Por jogos decididos no “detalhe”,  como os de Fluminense 1x1 Boca Juniors e Corinthians 1x0 Vasco. No primeiro um gol aos 45 minutos do segundo tempo tirou o Tricolor carioca das semifinais da Libertadores, e no clássico de gigantes brasileiros, um tento aos 43 da etapa final, deixou o Timão ainda na luta por um título inédito, e tão desejado.

Então vamos aos “detalhes”:

Detalhe 1: para os tricolores a noite profética do lateral esquerdo, Carleto, que substituía o suspenso Carlinhos. Antes do jogo, o atleta disse em entrevista que o pai havia lhe ligado dizendo que ele faria um gol de falta contra o Boca. E não é que aos 17 do primeiro tempo, em cobrança de falta desviada na barreira, a profecia se cumpria! Seria esse o prefácio de uma classificação predestinada já na Argentina, quando o titular da camisa 6, Carlinhos, foi expulso? Que nada! Era apenas mais um “detalhe” pra enriquecer, ainda mais, o futebol.

Detalhe 2: ainda para a torcida do Flu. Teria crueldade maior para o time das Laranjeiras sofrer um gol no último minuto de jogo, e logo na única chance criada pelo Boca Juniors? Não, definitivamente não teria! E ainda mais da forma que foi, com o Goleiro Diego Cavalieri fazendo uma defesa quase impossível e depois dando de bandeja a bola para El Tanque afundar as pretensões tricolores.

Detalhe 3: passamos agora para o confronto brasileiro. Corinthians e Vasco fizeram um jogo tenso, amarrado, cheio de faltas. Até que uma bola rebatida colocou Diego Souza a meio campo da glória. O 10 cruzmaltino teve tempo, muito tempo pra pensar no que fazer cara a cara com o goleiro Cassio. As vezes tenha sido esse o problema, tanto tempo deixou confuso o jogador, que escolheu tocar de lado e viu o arqueiro corintiano fazer uma grande defesa. Quase um pênalti, o lance que depois deu origem a uma cabeçada de Rômulo no travessão.

Detalhe 4: o futebol em sua plenitude não daria ao Corinthians uma classificação tranquila às semifinais da Taça Libertadores. Então quando o cronômetro já passava dos 40 minutos, a ideia era de que a decisão seguiria para os pênaltis. Mas não, o “detalhe” aqui veio vestido de preto e branco, incorporada no melhor jogador do Corinthians, Paulinho, que de cabeça tirou da garganta o grito de uma torcida que já vivia a agonia de ter que decidir a vaga nas penalidades.

Em meio a esses “detalhes” a noite do dia 23 de maio fica na história como mais uma, em meio a tantas outras. Como mais um crepúsculo de futebol. Por isso, viva o futebol, o esporte dos “detalhes decisivos”. 

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Vai começar!


O Brasileirão começa neste final de semana, mas em que circunstâncias? O torneio de maior importância nacional tem seu início com outros campeonatos em fase final, como Libertadores e Copa do Brasil. E ainda, com a janela de contratações aberta até quase o meio da competição. Assim, o álbum de figurinhas iniciado agora, com certeza terá caras novas até o fim do Campeonato Brasileiro, em dezembro. Mas para outras equipes, já é hora de mostrar serviço, pois estão a tempos sem fazer um jogo oficial sequer.

Fatos que tiram o brilho de grandes clássicos, como é o caso de Corinthians e Fluminense, ambos envolvidos nas quartas de final da Taça Libertadores. Dificilmente, Tite e Abel colocarão os titulares em campo no domingo. O confronto entre Vasco e Grêmio sofre do mesmo mal, o time da colina se prepara para enfrentar o Timão em São Paulo, enquanto o tricolor gaúcho quer seguir na Copa do Brasil, mesmo tendo uma boa vantagem, depois de vencer o Bahia, em Salvador na primeira partida. Isso, só para exemplificar, pois ainda tem Bahia x Santos, São Paulo x Botafogo e Palmeiras x Portuguesa.

Mas um jogo em especial vale muito. Sport x Flamengo, marcado para às 18h30, na Ilha do Retiro tem um peso enorme para a equipe carioca. Depois de ter sido eliminado na Taça Libertadores, e nem ter chegado às finais no Campeonato Carioca, a volta aos gramados do Fla vai mostrar se o time da Gávea soube aproveitar os 28 dias de folga que teve. Por isso, esse deve ser o jogo de maior repercussão no final de semana.

Desataque, também, para Cruzeiro e Atlético-GO. O time mineiro sofreu para seguir na Série A, e na véspera de começar o Brasileiro, a equipe celeste demitiu Vagner Mancini e contratou Celso Roth, que já trouxe um homem de confiança, Tinga, que estava no Internacional. O sargentão já mostrou a que veio, e disse que vai a campo, no Parque do Sabiá, com três volantes, e com Montillo no ataque. Prepare-se torcedor cruzeirense, porque o ano promete ser daqueles.

Do mais, o Brasileirão ainda vai levar algumas rodadas para esquentar, e quando estiver lá próximo do fim, vamos ouvir bastante, os times reclamarem dos pontos perdidos nas primeiras rodadas do torneio. É só mais um pouco do mesmo.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Sócrates Brasileiro Corintiano

Que ironia mais desagradável, daquelas que soam como piada de mal gosto, que o dia em que o Corinthians conquista mais uma estrela em seu uniforme, seja marcado, também, como o dia em que os céus passaram a ser o lar de um dos craques mais brilhantes da história deste clube, ao receber o craque Sócrates.

Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira não conquistou nenhum dos cinco títulos brasileiros do Corinthians, mas ainda assim, é tido como um dos grandes ídolos de uma torcida que se intitula como “Fiel”. Não apenas pelos 172 gols que marcou com a camisa do Timão, mas por tudo que representou dentro e fora de campo.

Nos gramados, Sócrates foi o maior exemplo de que futebol não se joga apenas com os pés, mas também com a cabeça, e com o calcanhar. Com um toque o “Doutor“ era capaz de derrubar defesas inteiras, e com o punho direito erguido simbolizava o desejo de uma nação maior que a corintiana. Representava o povo brasileiro, que durante anos lutou contra a Ditadura Militar, em busca de democracia. E nessa luta, o craque dos gramados se assemelha ainda mais ao torcedor corintiano, que em suas maiores conquistas teve o sofrimento como símbolo.

Mas não foi apenas pelo Corinthians que Sócrates desfilou seu talento como jogador, com a camisa da Seleção Brasileira, fez parte de uma das maiores equipes já formadas no futebol mundial. Ao lado de Zico, Falcão, e tantos outros, o Doutor viveu o “Desastre do Sarriá”, quando o Brasil foi derrotado pela Itália, por 3 x 2, na Copa da Espanha, em 1982.

Mas esta não foi, nem de longe, a maior derrota de Magrão. O craque dos gramados e defensor da democracia perdeu para seus defeitos, perdeu para o vício, perdeu para o álcool. E foi uma derrota, sem gritos de gols, pois o adversário era mudo. E mesmo que os gritos da torcida por Sócrates fossem ecoados por mais de 200 milhões de brasileiros, não adiantaria, pois esse adversário também é surdo, e não se intimida, quando nos apresentamos fracos diante dele. A bebida foi o único adversário capaz de derrubar esse gênio.

Sócrates foi mais que um jogador de futebol. Foi médico, ativista, escritor, ídolo, foi BRASILEIRO, foi um CORINTIANO. E já que assim quiseram os deuses do futebol, que o pentacampeonato viesse neste fatídico dia, pelo menos tiveram a decência de fazer com que fosse com um zero a zero. Para que depois não houvesse alguém a dizer que Sócrates, antes ir aos céus encarnou em algum jogador para marcar o gol do título. Pois ele não passou pelo gramado do Pacaembu. Se fosse escolher algum lugar para estar no estádio durante o jogo, Sócrates estaria nas arquibancadas, em meio ao bando de loucos, que agora gritam seu nome em tom de saudade.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Quando o repórter é personagem da matéria

Trabalhar com jornalismo faz com que o profissional tenha a oportunidade de ter momentos emocionantes. Muito embora a profissão exija bastante dedicação e muitas vezes aturar situações indesejadas, outras de êxtase  total. Me lembro de alguns momentos especiais, nas entrevistas que fiz com o Zico e o Romário, também a volta em um carro da Stock Car, na etapa de Brasília, no ano passado. Neste último final de semana, tive novamente a oportunidade de cumprir uma pauta que misturou trabalho e prazer.

O Jornal de Brasília foi convidado a participar do Troféu Imprensa Mitsubishi Sports, que nada mais é do que participar da prova de rali da montadora na categoria imprensa. O repórter escolhido fui eu, e faltava escolher mais alguém para montar a dupla - navegador e piloto. No início eu pensei em pilotar, mas diante da desistência dos colegas da edição, pensei por bem convidar um especialista no volante, o motorista do jornal, Edmilson.

Bastou chamar para ele se empolgar. Um dia antes da prova, que aconteceu no dia 5 de junho (sábado), fomos a reunião dos organizadores do evento para entender como funciona um rali, já que era a primeira experiência de ambos em provas de rali.

Aula recebida, era o momento de esperar o dia da prova. Largamos às 9h41, mas antes, o nosso motorista passou a ser a estrela do evento. Por se tratar de um rali de regularidade e não de velocidade, o que significa que o importante é chegar no tempo estipulado no mapa e não mais rápido que o adversário, todos estavam trajados de forma simples, calça ou bermuda e camiseta. Mas eis que o Edmilson surge de macacão e balaclava - vestimenta para a cabeça que antecede o capacete, usada pelos pilotos - uma atração a mais.

Durante a prova, aprendemos que esse negocio de rali não é brincadeira, navegar em estradas de chão batido com desvios a todo momento é coisa complicada, mesmo com um mapa lhe indicando onde você deve virar. Nos perdemos algumas vezes, o que fez com que somassemos 15 mil pontos. No rali de regularidade, quanto mais pontos pior, pois os pontos são penalidades somadas, deu para perceber que fomos mal.

Mas foi o suficiente para assegurar o primeiro lugar entre os colegas de imprensa. É isso mesmo, nós vencemos. Depois disso, chegou a hora de escrever a matéria. No salão em que aconteceu o almoço e a entrega das premiações foi onde a matéria passou a ser escrita, ali mesmo fechei a matéria, só faltava ir para a redação e colocar dentro dos moldes do jornal.

O mais interessante, foi a oportunidade de poder escrever em primeira pessoa, foi me dada a liberdade de contar a história como personagem dela. O resultado você pode ver clicando no link abaixo: não deixe, também, de ver o vídeo de um trecho da prova.

Matéria do Rali

segunda-feira, 23 de maio de 2011

17 horas no plantão

O dia começou em frente ao estacionamento do Brasília Shopping, às 8h da manhã, com a cobertura do Circuito Lótus, uma corrida voltada apenas para o público feminino. Ao chegar, surge o primeiro problema, encontrar uma personagem para a matéria em meio a 2 mil mulheres.

Eis que surge no horizonte algo inusitado, quatro homens fantasiados de mulher. Pronto, ali estavam os meus ou "minhas" personagens". Entrevista bem humorada e uma boa história para a primeira pauta do dia, que ainda seria longo.

Com a primeira tarefa cumprida, era hora de sair do centro de Brasília para Estádio Augustinho Lima, em Sobradinho. Lá aconteceu o jogo festivo entre o time Master do Flamengo e o elenco bicampeão candango de 1985/1986 do Sobradinho.

O jogo que tinha horário marcado para à 10h atrasou em uma hora, o que era um grande problema, já que às 13h eu precisa estar no kartódromo Ferrari, no Autódromo Nelson Piquet. Sorte que no intervalo da partida consegui entrevistar vários jogadores do Rubro-negro e do time do Sobradinho. Antes de acabar precisei ir embora e combinei de pegar os dados restantes com a assessora de impressa de Sobradinho.

13h30 cheguei ao kartódromo. Cobertura feita, hora de ir para a redação escrever as três matérias. Mas antes um almoço rápido, afinal saco vazio não para em pé.

Das 14h até mais ou menos às 17h foi o momento de transformar as apurações em matérias jornalísticas. Tarefa cumprida, momento de me preparar para o jogo do Uniceub/BRB de basquete, que poderia ser o jogo do título do time candango, caso vencesse o Franca, no ginásio Pedrocão, na cidade paulista.

Como existi a esse possibilidade, foi preciso criar posters, texto de campeão com a campanha e todo o elenco. Às 21:30 começa o jogo. Eletrizante, ao ponto de não ser possível terminar durante os quatro períodos tradicionais, Mais cinco minutos de prorrogação para o jogo terminar, quase a meia noite.

O Brasília perdeu por 93 x 92, então o trabalho feito anteriormente foi para o espaço. Correria para escrever a matéria do jogo e torcer para não acontecer mais nada.

Até aconteceu, mas não precisei cobrir. Um barco de festas, com mais de 100 pessoas pessoas naufragou no Lago Paranoá. Triste!

Bom, assim foram às minhas 17 horas de plantão deste domingo. Para ver o resultado, clique nos links abaixo para ver.

Matéria do Flamengo Masters
Matérias da corrida feminina e do kart
Matéria do basquete

sábado, 14 de maio de 2011

Matéria em dupla para a final do Candagão

A última aventura feita em busca de matérias esportivas foi feita em dupla. Eu e o repórter Ian Ferraz fomos ao Condomínio Ilhas do Lago, residência do jogador Iranildo, do Brasiliense. A ideia criada pelo repórter fotográfico Josemar, de juntar dois atletas de Gama e Brasiliense para fazer a foto da matéria de apresentação da grande final nos inspirou.

Na quinta-feira nos juntamos para decidir quem seriam os jogadores, sem muitas dúvidas resolvemos por Iranildo (Brasiliense) e Elivelto (Gama). O principal motivo foi poder juntar, além de adversários, jogadores que representassem gerações distintas no futebol candango. Iranildo, com 34 anos e Elivelto, com 19.

Marcamos com os atletas às 10h no condomínio em que mora o Chuchu (apelido de Iranildo). Mas antes eu precisa buscar o garoto Elivelto, em Vicente Pires. De lá para o Jornal de Brasília e enfim para a casa do Iranildo.

Lá chegando a conversa fluiu, a matéria rendeu mais que o esperado e como resultado, ao invés de apenas uma página no jornal, tivemos três e de quebra a capa do caderno de esportes e, também, a capa do Jornal de Brasília deste sábado.

Faltou contar as discussões para decidirmos como desenhar às páginas. Com três páginas para trabalhar, resolvemos levar ao leitor, além das duas páginas com as histórias dos dois jogadores e do clássico, os detalhes táticos de ambas as equipes, com uma página inteira com uma arte criada pelo Baggi, que criou os campos reduzidos, com os jogadores simbolizados por botões.

Cada time recebeu três campos, com explicações táticas de cada uma das formações. Pessoalmente, achei a página mais legal de fazer.

Vejam o resultado, das quase 12h de empenho meu e do Ian Ferraz. Clique nos links abaixo:
Capa do Jornal em PDF
Primeira página da Matéria
Segunda página da Matéria
Terceira página da Matéria

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Lição: Nunca entre no campo!


Meu destino na tarde desta última quarta-feira, foi o estádio Bezerrão, onde o Gama fez seu último treinamento aberto para a imprensa antes da finalíssima do Candangão 2011. Devidamente acompanhado do repórter fotográfico Josemar, chegamos aos estádio às 16:05. Cinco minutos depois do início do treino. Pode parecer pouco, mas foi o suficiente para me fazer sair de lá às 18:30.


Minha pauta era sobre os jogadores postulantes a primeiro título no elenco do Gama. Para isso, seria preciso perguntar, um a um, aos atletas se já haviam conquistado algum título na carreira. Para ganhar tempo, me arrisquei a iniciar a missão em meio ao "bobinho" de aquecimento dos jogadores, com a autorização do preparador físico do clube. Mas eis que adentra o campo, o treinador Heriberto da Cunha, que ao me ver interpelando seus atletas em meio ao treinamento explodiu.

"Ei, que isso, assim não pode, daqui a pouco esse pessoal tá lá dentro tocando bola com os jogadores", esbravejou ele. Momento então de me explicar. Na tentativa de acalma-lo expliquei a minha pauta e tudo que era necessário para produzi-lá, e, logicamente, me desculpei. 

Resultado? Ainda consegui entrevista-lo para completar a matéria. Depois foi só esperar o decorrer do treino para analisar o esquema do time e perguntar aos demais atletas a questão do primeiro título.

No fim a matéria ficou assim: clique no link abaixo para ver a matéria publicada no Jornal de Brasília.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Pauta: Folga com dinheiro no bolso

Começa hoje a série "Vida de Jornalista Esportivo em Brasília".
O intuito aqui é mostrar o dia a dia de repórter dentro e fora da redação de um jornal impresso.
Nessa primeira postagem da série vou contar como foi produzir uma matéria sobre os jogadores do Gama, que tiveram folga na tarde de ontem para poder sacar o dinheiro referente aos salários atrasados.

Logo pela manhã, acompanhando os programas esportivos, foi noticiado que os jogadores do Gama, teriam a tarde de folga para poder receber o pagamento de um mês de salários atrasados. Pronto, estava escolhida a pauta de segunda-feira (9).

Mas antes de começar qualquer apuração, era preciso esperar o momento da reunião de pauta, marcada para às 15h. Às 16h, eu e os demais repórteres e redatores soubemos que a reunião havia sido adiada, já que o nosso editor estava doente. Momento então de se dedicar a pauta do Gama.


Como seria complicado, e constrangedor, fazer fotos dos jogadores no banco fazendo o saque do dinheiro resolvi apurar tudo pelo telefone mesmo, direto da redação.


Começam as ligações e para o meu espanto nenhum dos atletas me atende, nem mesmo os demais contatos dentro do clube. Cheguei a pensar que pauta teria ido para o espaço, pensando que os jogadores estavam no treino. Mas, eis que na última tentativa, o jovem Elivelto atende e confirma toda a situação.

Dúvidas tiradas, é hora de partir para o computador e transformar a apuração em texto jornalístico.

Clique no link abaixo, e veja como ficou a matéria no Jornal de Brasília, no caderno Torcida:




sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Com clima de final Inter perde mas segue na Libertadores

Jogo duro, pegado e ainda assim bem jogado no Morumbi, nesta quarta-feira. São Paulo e Internacional fizeram uma agradabilíssima decisão em busca da vaga na final da Taça Libertadores da América de 2010. A vitória tricolor por 2x1 não foi suficiente para levar o time paulista a enfrentar o Chivas na finalíssima. Ao Inter a vitória sem sofrer gols no Beira Rio por 1x0 foi a chave para a conquista da vaga na final e a garantia de estar classificado para a disputa do Mundial de Clubes no final do ano.

Assim como ontem na decisão da Copa do Brasil, o gol feita na casa do adversário foi preponderante para a decisão de quem segue e quem fica pelo caminho na Libertadores. Talvez, não tivesse abdicado do ataque em Porto Alegre no primeiro jogo da semifinal, o São Paulo obtivesse sorte melhor no confronto com o Colorado.

O primeiro gol São Paulino pareceu até uma retribuição do goleiro Renan ao companheiro de posição do São Paulo, Rogério Ceni, que em 2006 falhou na decisão da Libertadores em que o time porto alegrense sagrou-se campeão. Em uma bola fácil o goleirão se atrapalhou para fazer a defesa em um cruzamento feito por Hernanes e deixou a bola para Alex Silva fazer 1x0, aos 30 minutos do primeiro tempo.

O resultado parcial levava a decisão da semifinal para os pênaltis. Mas o argentino D’Alessandro não estava disposto a correr o risco de uma decisão destas. Cobrou a falta com força e rasteiro, Alecssandro desviou e Rogério não achou a bola, isso aos seis minutos da segunda etapa.

Com o empate em 1x1 o São Paulo precisava de mais dois gols para se classificar, com mais 40 minutos de jogo. Mas o tricolor não se abateu e logo em seguida fez 2x1 com Ricardo Oliveira e ficou a um gol da vaga. Um gol que não veio, mesmo após a expulsão de Tinga a quinze minutos do fim da partida, e quem representará o futebol brasileiro na final da taça Libertadores de 2010, e também no Mundial Interclubes, será o Internacional de Porto Alegre.

*foto: terra.com.br

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

O Santos é Campeão da Copa do Brasil

O Santos conquista pela primeira vez em sua história o título da Copa do Brasil. Na final, disputada nesta quarta-feira, o Peixe, que havia vencido por 2x0 o time do Vitória-BA na semana passada na Vila Belmiro, perdeu por 2x1 no Barradão. No placar agregado 3x2 para o Alvinegro praiano, que com o melhor ataque da história da competição – 39 gols – garante vaga para a Taça Libertadores do ano que vem.

A partida decisiva foi digna de uma final de campeonato, com ambas as equipes tendo um adversário em comum: a lama que tomou conta das intermediárias dos dois lados do campo. O Vitória tomou a iniciativa no ataque e partiu para cima do Santos. Os atletas santistas tiveram a percepção do jogo, principalmente Robinho, e passaram a desacelerar o jogo com toque de bola, mesmo em um gramado castigado pelas chuvas recorrentes em Salvador-BA, nestes últimos meses.

Edu Dracena marcou o primeiro gol do jogo aos 44min do primeiro tempo. Neymar – artilheiro da Copa do Brasil com 11 gols – colocou a bola na cabeça do zagueirão santista, que ofereceu o gol ao Lorenzo, filhinho do camisa 2 que tem chegada prevista para dezembro.

A equipe baiana não havia sofrido um gol sequer no Barradão durante toda Copa do Brasil, mas tomou um logo no jogo em que precisava reverter uma diferença de dois gols conquistada pelo Santos na Vila Belmiro. Para o título ficar na Bahia seria necessário quatro gols do Vitória. Que marcou dois, o primeiro com Wallace – exatamente ele que disse que suaria sangue se fosse necessário para a conquista do título – aos 11min e o segundo com Junior aos 32min, ambos no segundo tempo.

Não foi o bastante! O Santos volta de Salvador na Bahia, com o segundo título na temporada e a garantia de que no ano que vem tem vaga certa na Taça Libertadores da América de 2011. Oportunidade para o Peixe remontar o elenco para o restante do campeonato e para a temporada de 2011. Uma vez que o elenco santista sofre, a partir de hoje um desmanche. 

André fez sua última partida para se apresentar ao Dinamo de Kiev, na Ulcrânia, Robinho se reapresenta ao Manchester City, na Inglaterra e outros jogares sofrem com as sondagens de clubes europeus, como é o caso do meia Wesley que tem proposta do Werder Bremen, da Alemanha e do Benfica de Portugal.
   
Encerrado o jogo o treinador do Santos, Dorival Junior, fez questão de enaltecer o modo de jogar do Peixe e lembrou a derrota da Copa do Mundo de 82 na Espanha, quando a Seleção Brasileira apresentou um futebol ofensivo e de brilho e foi derrota pela Itália e eliminada da Copa. Dorival afirmou que as conquista do Santos servem para demonstrar que o futebol é criação, que o futebol é espetáculo.

Parabéns ao Santos Futebol Clube, campeão da Copa do Brasil de 2010.

Ouça o podcast da matéria:


quarta-feira, 4 de agosto de 2010

A um passo do Mundial

A equipe brasileira que passar a final da Taça Libertadores na próxima quinta-feira garante presença no Mundial Interclubes no final do ano. Isso porque o Chivas do México venceu o Universidad do Chile por 2x0 e garantiu vaga na final do torneio sul-americano. A Conmebol prevê no regulamento da Libertadores que se alguma das equipes convidadas da Concacaf vencer o torneio não poderá disputar o Mundial como representante da América do Sul.

É como se você fosse convidado a uma festa e não pudesse provar o bolo. Assim deve se sentir a equipe do Chivas, caso vença quem passar na disputa entre São Paulo e Inter. Os colorados venceram por 1x0 o tricolor e jogam por um empate para garantir vaga no Mundial. O vencedor deste confronto poderá igualar a façanha do Corinthians.

Isso, claro, se ao chegarem a final não derrotarem o Chivas e passem ao Mundial Interclubes sem ser campeão da Taça Libertadores. O Timão é o único clube brasileiro campeão mundial sem ter vencido a Libertadores. Pois em 2000, quando conquistou o torneio realizado pela FIFA no Brasil, foi como convidado – juntamente com Vasco da Gama, Real Madrid-ESP, Manchester United-ING, Al Nassr-ARA, Necaxa-MEX, Raja Casablanca-MAR, South Melbourne-AUS.

Ouça o podcast da matéria:



domingo, 1 de agosto de 2010

Domingo de Super Clássicos

Os quatro principais clássicos dos quatro principais estados do futebol brasileiro aconteceram neste domingo (01/08), pela 12ª rodada. No Rio Grande do Sul Inter e Grêmio empataram em 0x0 no Beira Rio, mesmo placar de Flamengo e Vasco no Maracanã. Outro clássico terminou empatado, Palmeiras e Corinthians ficaram no 1x1, no Pacaembu. O único grande clássico que teve um vencedor foi o de Minas Gerais, em que o Cruzeiro bateu por 1x0 o Atlético-MG, na Arena do Jacaré.

Mais preocupado com a decisão da semifinal da Taça Libertadores contra o São Paulo, na próxima quarta-feira, o Inter foi a campo com uma equipe mista contra o tricolor porto alegrense. O empate acabou não sendo tão ruim para o colorado (3º colocado), que se manteve entre os quatro melhores do Brasileirão. Já o Grêmio segue o calvário da zona de rebaixamento, na 18º colocação na tabela.

O Clássico dos Milhões no Rio de Janeiro foi um jogo de pouco atrativo para os torcedores de Vasco e Flamengo. De grande encanto apenas a “caneta” de Felipe em Borja e a sequência de defesas espetacular do goleiro cruz maltino perto do fim do jogo, quando Fernando Praz salvou em três oportunidades o gol rubro negro. Por falar em Felipe, ele reestreou no Vasco nesta noite, juntamente com o recém contratado Zé Roberto, ambos pouco fizeram e o jogo terminou no zero mesmo.

O empate com gols de Palmeiras e Corinthians custou à liderança ao Timão, que agora está em segundo com 25 pontos, logo atrás do Fluminense que tem 26 e é o líder após vencer o Atlético-PR por 3x1 no sábado. O Verdão segue sem vencer após a volta de Luiz Felipe Escolari, são quatro partidas sem vitória.

Único a vencer nos clássicos, o Cruzeiro aumentou o drama do rival, que parece viver uma crise interna diante dos maus resultados no Campeonato Brasileiro. Em 12 jogos foram apenas três vitórias e oito derrotas na competição, que resultaram na vice-lanterna por parte do Galo. Já a Raposa está a um ponto do G4, com 19 pontos e na sexta colocação.

Os demais jogos da rodada ficaram assim:
No sábado Atlético-GO e Guarani empataram em 1x1, o São Paulo venceu o Ceará por 2x1. Hoje o Avaí goleou o Goiás por 4x1, o Botafogo venceu o Vitória, em pleno Barradão, por 3x1 e o Santos venceu o Grêmio Prudente por 2x1 – o Prudente perdeu dois pênaltis nos minutos finais da partida.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Jogos de um time só!

Dois confrontos em competições diferentes, que decidiam título da Copa do Brasil e vaga para final da Taça Libertadores, na noite desta quarta-feira. Santos e Vitória jogaram na Vila Belmiro e Internacional e São Paulo no Beira Rio, respectivamente. O peixe venceu por 2x0 e o colorado por 1x0, com a impressão de que se apresentavam em um treinamento de ataque contra a defesa.

Na disputa da Copa do Brasil, os meninos da Vila poderiam ter fechado o caixão baiano já neste primeiro jogo. Foram inúmeras chances de gol criadas e proporcionalmente perdidas. O Santos finalizou 24 vezes durante a partida contra nove finalizações do Vitória, sendo que apenas uma foi ao gol do goleiro Rafael. A equipe santista ainda perdeu um pênalti, cobrado por Neymar, com cavadinha.

Os gols de Neymar e Marquinhos foram pouco para a atuação acanhada do Vitória, que se manteve vivo diante do baile sofrido. E pode em um novo jogo, com um novo clima, criar uma nova situação frente o Santos. Bom lembrar que nas partidas no Barradão o Vitória não sofreu nenhum gol na Copa do Brasil e tem uma média de gols muito próxima de quatro por partida.

Na decisão brasileira da Libertadores, o Internacional não foi tão incisivo nas finalizações contra o São Paulo como foi o Santos frente o Vitória, mas teve o domínio da posse de bola na mesma proporção e não deu chances ao tricolor paulista na primeira partida desta semifinal. Na primeira etapa a posse do Inter esteve próxima dos 70%.

A declaração do goleiro, e capitão, do São Paulo, Rogério Ceni, após o jogo ilustra bem o que foi a partida para a equipe paulista. “Foi muito ruim, perdemos e não tivemos uma chance de gol.” Giuliano foi o autor do único gol do jogo, gol que dá a vantagem de um empate para os colorados no Morumbi na próxima quarta-feira para alcançar a final da Taça Libertadores da América.

Uma nota importante sobre o pênalti cobrado por Neymar contra o Vitória. O camisa 11 do Santos desperdiçou a cobrança após bater de cavadinha, ala Zidane na final da Copa de 2006 e Loco Abreu nas quartas da Copa da África.

Se Neymar converte a cobrança, torcedores e jornalistas taxariam o garoto como craque, o que ele realmente é! Mas diante da destreza do goleiro Lee, do Vitória, que esperou a batida para decidir para que lado ir, Neymar foi taxado como o vilão nesta noite. Neymar errou, foi displicente, mas não nos entreguemos à hipocrisia para julgar o ato do garoto.

Quarta-feira que vem tem mais!

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Inter e São Paulo decidem vaga na Libertadores

Assim como a Copa do Brasil, a Libertadores da América volta nesta quarta-feira. No torneio sul-americano a disputa de Internacional e São Paulo é por uma vaga na grande final. O primeiro jogo acontece hoje às 21h50min no Beira Rio, em Porto Alegre, o segundo jogo será no Morumbi, em São Paulo. Ordem diferente da que aconteceu em 2006, quando os dois clubes se enfrentaram na decisão. O Inter sagrou-se campeão, com a primeira partida realizada na capital paulista e a segunda no Rio Grande do Sul.

Na oportunidade o colorado venceu por 2x1 o tricolor em pleno Morumbi, com dois gols de Rafael Sobis. No jogo de volta no Beira Rio, Tinga e Fernandão marcaram os gols do Internacional, no empate em 2x2 com o clube paulista. E esses três protagonistas da decisão de 2006 farão parte da decisão de 2010, também. Fernandão está do outro lado, é o grande reforço do São Paulo na temporada. O atacante Sobis e o meia Tinga estão de volta ao Internacional, muito embora o meia colorado não tenha condições físicas para a primeira partida.

Outro protagonista daquela decisão que estará em campo será o goleiro do São Paulo, Rogério Ceni, ele que é o maior artilheiro tricolor na competição. Mas naquela ocasião, o camisa 1 do São Paulo foi destaque por falhar no primeiro gol do Inter, marcado pelo agora tricolor Fernandão.

Outro detalhe interessante. O atacante Ricardo Oliveira está de volta ao São Paulo e poderá ser utilizado pelo treinador Ricardo Gomes. Em 2006 o atacante foi emprestado pelo Betis da Espanha ao tricolor, e estreou justamente contra o Inter pelo Campeonato Brasileiro, mas não pôde jogar os dois jogos da final contra o Internacional, pois o Betis havia negociado o atacante com o Milan da Itália e proibiu que Ricardo Oliveira atua-se no segundo jogo da decisão. Agora ele está de volta com a possibilidade de jogar os dois jogos.  

Coincidências que podem decidir a sorte de um de outro na sequência da taça Libertadores da América. Veremos hoje à noite quem serão os protagonistas de mais uma grande decisão entre brasileiros no torneio.

Os números da Final da Copa do Brasil

Santos e Vitória chegam à final da Copa do Brasil de 2010 com semelhanças e diferenças interessantes. Em número de vitórias e derrotas os dois times têm números exatamente iguais – ganharam seis e perderam três. A diferença que mais chama atenção está na força dos ataques e das defesas. A equipe santista marcou 36 gols, tem o melhor ataque da história da Copa do Brasil. O time rubro negro sofreu apenas sete gols nas 10 partidas realizadas. Similaridades e diferenças que começam a ser postas a prova hoje à noite na Vila Belmiro.

A primeira partida da final acontece às 21h50min, serão os primeiros noventa minutos da decisão, que serão completos na próxima quarta-feira, no estádio Barradão em Salvador. Dois jogos de clubes que venceram todas as partidas disputadas em seus domínios.

O Santos aplicou goleadas épicas: 10 a 0 no Naviraiense de Campo Grande e 8 a 1 no Guarani de Campinas. Mas teve que suar para passar das quartas e semifinais contra o Atlético-MG e Grêmio, respectivamente. Derrota por 3x2 para os mineiros no primeiro jogo e virada em 3x1 na Vila Belmiro. Frente o tricolor porto alegrense perdeu no Olímpico por 4x3 e repetiu o 3x1 na Vila para chegar à final.

O Vitória pode não ter feito tantos gols e aplicado goleadas tão expansivas, mas teve uma campanha marcada por goleadas também. 4 a 0 no Corinthians de Alagoas, 5 a 0 no Náutico, mais dois 4 a 0, ambos em equipes goianas, Goiás e Atlético-GO. A grande dificuldade enfrentada pelos baianos foi nas quartas de final contra o Vasco, 2 a 0 em casa e derrota por 3 a 1 em São Januário. O gol marcado fora de casa garantiu a passagem do Vitória.

Resta acompanhar hoje e na próxima quarta-feira quem será o campeão de 2010 da Copa do Brasil de 2010. Ao campeão a garantia de uma vaga para a Libertadores do ano que vem e um restante de campeonato brasileiro mais tranquilo.

domingo, 11 de julho de 2010

A melhor seleção do mundo

Rezas, choros, desespero, supertições. Vale tudo, pois é final de Copa do Mundo. Mas, além disso, para duas seleções nunca antes campeãs do mundo sobrou tensão e faltou futebol na decisão da Copa da África do Sul. Ainda assim, neste 11 de julho de 2010, os Deuses do futebol premiaram quem buscou jogar futebol no Soccer City. Com um gol de Iniesta, aos 11min do segundo tempo da prorrogação, a Espanha conquista seu primeiro mundial e a Holanda é, pela terceira vez na história (74/78/2010), vicecampeã mundial de futebol.

Os noventa minutos do tempo regulamentar desta decisão não fez jus ao futebol apresentado por ambas as equipes durante o Mundial. A Holanda entrou em campo com o intuito de não deixar os espanhóis jogarem. E para isto utilizaram o antijogo como artifício. Estranhamente os jogadores da Espanha, ao invés de imporem seu estilo de jogo, utilizaram da mesma arma. Largaram a muleta e passaram a chifrar o touro laranja.

Foram 47 faltas, com 13 cartões amarelos e um vermelho. A violência apareceu muito em função da conivência do árbitro Howard Weeb, que aos 28min do primeiro tempo poderia ter levado algemado o holandês De Jong – que voou com a sola da chuteira no peito de Xabi Alonso. O árbitro que é policial na Inglaterra foi passivo também no revide de Iniesta sobre Van Bommel  na segunda etapa da partida.

Por conta da preocupação exagerada em não sofrer gols de ambas as seleções, só houve uma grande chance de marcar nos primeiros noventa minutos, que apareceu por parte da Holanda. Em rara aparição de Sneijder, que colocou Robben frente a frente com Casillas. O goleiro espanhol evitou o gol com a pontinha da chuteira.

Iniciada a prorrogação o que se viu foi uma Holanda cansada, já sem forças de segurar o ímpeto espanhol. O domínio foi digno do que apresentou durante toda Copa. A Espanha tomou conta das ações ofensivas e conseguiu, enfim, impor sua forma de jogar. Passe de bola envolvente até o momento da conclusão.

A Espanha marcou apenas oito gols em sete partidas, com dois sofridos. Mas essa equipe espanhola vencedora da Copa de 2010 entra para história, não como a campeã do 1x0, mas como a seleção dona da bola. Em todas as partidas com maior posse que o adversário, com mais finalizações e imponente na sua forma de jogar. E o mais importante, acreditou em uma linha de pensamento. Vencendo ou perdendo os espanhóis respeitaram as características de seu futebol.

Os espanhóis agora podem gritar aos quatro cantos do mundo: Jogamos como sempre e vencemos como nunca! A Espanha conquista sua primeira Copa do Mundo e se junta a um grupo seleto de mais sete seleções (Alemanha, Argentina, Brasil, França, Inglaterra, Itália e Uruguai) campeãs mundiais. Com as conquistas da Eurocopa de 2008 e do Mundial de 2010 a Espanha está no topo do mundo do futebol.

*foto: terra.com.br 

quarta-feira, 7 de julho de 2010

A bola é da Espanha

Melhor durante toda a semifinal, em Durban, frente à Alemanha, a Espanha vence por 1x0, com gol de Puyol, aos 28min do segundo tempo e se classifica para a primeira final de Copa do Mundo de sua história. A Copa da África terá um campeão inédito, pois nem Holanda nem Espanha nunca conquistaram um Mundial de futebol.

Como nos demais jogos, mesmo na derrota da estréia para a Suíça por 1x0, os espanhóis impuseram o modo de jogar desta seleção. Venceram fazendo a bola rodar, sem dar ao adversário a chance de criar jogadas de ataque. Alguns números revelam a superioridade da Espanha frente os alemães.

Foram 13 finalizações contra apenas 5 da Alemanha, com uma posse de bola que no final do primeiro tempo fechou em 57% para os espanhóis em vantagem a tricampeã Alemanha. Chama ainda mais atenção a quantidade de passes efetuados pela seleção da Espanha – 731 contra 589 – Xavi foi o grande maestro espanhol com 92 passes corretos. Impressionante o gol ter saído em uma cobrança de escanteio, mas são coisas do futebol.

Esta semifinal reuniu os dois finalistas da Eurocopa de 2008, em que a Espanha conquistou após vencer pelo mesmo placar de hoje a Alemanha, 1x0. Diferente do que vai ser a final deste Mundial. A Copa da África do Sul é a primeira em alguns pontos interessantes: é a primeira no continente africano, a primeira em que, ao menos uma das potências Argentina, Alemanha, Brasil e Itália não fazem a final da competição e por conta disso terá um campeão inédito. E será a primeira vez que uma seleção européia conquista o título fora de seu continente.

Conhecidos como a “Fúria” essa equipe veio para a Copa de 2010 para mudar este estereótipo. Quem assiste a atual seleção espanhola em campo, com certeza a chamaria de “Calma”. E é com esta calma que a Espanha enfrenta a Holanda na final da Copa no dia 11 de julho. Alemães e uruguaios lutam pela terceira colocação um dia antes, no dia 10 de julho. Ambos os jogos acontecem às 15h30min.

*foto: terra.com.br

terça-feira, 6 de julho de 2010

Louros aos derrotados

Do ostracismo às semifinais como grande surpresa da Copa do mundo de 2010. Assim foi a campanha uruguaia desde as eliminatórias até a derrota para a Holanda por 3x2, neste 06 de julho, no estádio Green Point.

Classificada na bacia das almas, quando derrotou a Costa Rica na repescagem das eliminatórias da Copa, o Uruguai se mostrou valente durante toda a campanha neste Mundial, mesmo na derrota para os holandeses, que nitidamente possuíam uma equipe mais talentosa que a uruguaia.

O primeiro tempo foi de pouco produção ofensiva das duas partes, mas ainda assim saíram dois gols. Van Bronckhorst acertou uma pancada na gaveta, aos 18min e abriu o placar para a Holanda. Também de fora da área, mas como uma ajudinha da Jabulani, Forlan empatou o jogo aos 41min.

Até os 25min da segunda etapa o jogo tomava a mesma conotação do primeiro tempo – muita marcação e pouco espaço para jogadas de ataque – mas foi neste momento, que o a Celeste Olímpica cochilou e Sneijder aproveitou os três minutos de sono dos jogadores uruguaios e decidiu o jogo.

Primeiro ele mesmo marcou, aos 25min, com desvio no zagueiro e com auxílio da posição irregular de Van Persie – mas o árbitro validou – o outro lance foi logo em seguida, aos 28min. Cruzamento perfeito de Sneijder na cabeça de Robben, que cabeceou onde o goleiro só podia torcer – no cantinho oposto de Muslera.

Para criar um drama, os uruguaios ainda diminuíram com Pereira, aos 47 do segundo tempo, mas já era tarde. Mesmo derrotada a seleção uruguaia merece os parabéns, desde 1970, não chegavam tão longe em uma Copa do Mundo – e ainda disputam o terceiro lugar frente ao derrotado do confronto da outra semifinal entre Alemanha e Espanha. A Holanda agora vai a terceira final de Copa de sua história.

Em 1974 e 1978 foram derrotados por Alemanha e Argentina, respectivamente. O futebol era outro, muito mais encantador. Mas quem sabe usando a eficiência esta equipe faça justiça aos craques do passado, conquistando o primeiro título mundial da Laranja – hoje muito mais mecânica do que no passado.

*fotos: terra.com.br

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Da água para o vinho

A Seleção Brasileira se transformou como em um passe de mágica, do primeiro para o segundo tempo da partida das quartas de final contra a Holanda e saiu derrotada por 2x1, nesta sexta-feira (02/07). Enquanto na primeira etapa, o estádio Nelson Mandela Bay foi palco de uma equipe incisiva e dona do jogo, na segunda se rendeu ao desespero ao ver os holandeses apresentarem uma reação.

Boa posse de bola, domínio das ações ofensivas e seguro na defesa. Assim se portou o Brasil durante o primeiro tempo do jogo. Domínio tal, que resultou em dois gols de Robinho – um corretamente anulado e o outro fruto de um belo passe de Felipe Melo. Tudo isso com 10 minutos de partida. A apresentação fez até com que os torcedores se empolgassem e vissem a partida como fácil, principalmente depois da jogada iniciada por Robinho e finalizada por Kaká, que acabou com a grande defesa de Stekelenburg.

Mas diante das intempéries de um jogo de futebol sofreu um gol despretensioso, após cobrança de falta de Sneidjer que desviou em Felipe Melo, quando Júlio Cesar falhou na saída do gol, aos 8min do segundo tempo. Triste infelicidade daquele que em tantas oportunidades foi o protagonista das vitórias brasileiras, ao evitar que o time de Dunga sofresse gols.

Foi a partir daí que o molho desandou. Os nervos afluíram e notadamente o elenco caiu de produção, enquanto os holandeses se lançavam a frente. E em uma das jogadas de ataque, numa cobrança de escanteio, Robben lançou na primeira trave, Kuyt desviou e Sneijder cabeceou para o fundo das redes, quando faltavam 22 minutos para o fim do jogo. Tempo até suficiente para uma reação. Não fosse o brio brasileiro se confundir com violência e inexperiência.

Felipe Melo – o mesmo que deu um lindo lançamento para Robinho abrir o placar – pisou em Robben e foi expulso aos 28min do segundo tempo. Depois desta expulsão o que se viu foi um bando em campo. Com o placar adverso a Seleção se jogou a frente, mas sem a calma necessária para buscar o resultado. Até o líder da equipe sentiu o baque e quando precisava lançar a equipe ao ataque, trocou seis por meia dúzia – substituiu Luiz Fabiano por Nilmar.

Podem me chamar de chato, mas nunca de oportunista, diante das palavras que aqui seguirão. Pois desde o início critiquei a falta de jogadores producentes de lances individuais que resolvem jogos como esses, e que diante do desespero crescem e fazem a diferença. Esse grupo era sim um grupo muito unido, mas de pouca qualidade diante das peças que Dunga dispunha para escolha dos 23 que foram à África do Sul.

Parabéns a seleção da Holanda que soube aproveitar as falhas de um grupo, que para muitos, até a vitória frente o Chile era excelente. Doem-me, as lágrimas daqueles que lutaram e diante de suas limitações deram de tudo para tentar levar este time ao hexa. E me dói mais ver o choro de um menino que pensou ser possível vencer trocando o talento pela teimosia.

*foto: terra.com.br

terça-feira, 29 de junho de 2010

Espanha domina o touro português

Na tarde desta terça-feira a África do Sul foi palco da mistura do futebol com as touradas espanholas. O placar de 1x0 para os espanhóis sobre os portugueses não revela o tamanho da superioridade da Seleção da Espanha sobre os lusos. Os torcedores que estiveram no estádio Green Point, por noventa minutos, pensaram estar em uma arena.

Como um toureiro desfila seus dribles perante o desespero do touro, a Espanha dominou o time liderado por Cristiano Ronaldo. O uniforme rubro da “Fúria” se confundia com a muleta vermelha usada pelos toureiros. E o goleiro Eduardo – melhor português em campo – simbolizava a bravura do animal, que diante de tantos golpes aos poucos perde força e acaba cedendo a seu oponente.

Foram 19 chutes disparados contra gol de Eduardo, sendo que 10 foram disparados diretamente na meta como se fossem “farpas e palmos”. Do outro lado Casillas foi exigido apenas em três oportunidades, dos nove chutes feitos por nossos patrícios. Sem contar a posse de bola que ficou em 61% do tempo de jogo nos pés espanhóis.

Ao comparar as ações dos jogadores com as de um toureiro, o único ponto de crueldade que podemos encontrar nesta partida, foi o fato do gol marcado por David Villa aos 18min do segundo tempo – o quarto dele no Mundial – ter sido feito em posição irregular. Impedimento de televisão, mas o camisa 7 espanhol estava impedido.

Depois do gol o que se viu foi a valorização da Espanha pela posse de bola, rodando a pelota como se faz em uma roda de aquecimento. Se o palco desta partida fosse a "Plaza de Toros de las Ventas", em Madrid, ao invés dos zumbidos das “vuvuzelas” se ouviria os gritos de Olé!

*foto: terra.com.br  

Paraguai 5x3 Japão. Mas só nos pênaltis

A decisão por pênaltis deu emoção a um jogo sem graça feito por Japão e Paraguai nas oitavas de final da Copa 2010. Tanto no tempo regulamentar, quanto na prorrogação o empate em 0x0 foi mantido, no estádio Loftus Versfeld, com as duas equipes criando poucas chances de gol. Como diria o treinador Wanderley Luxemburgo: O medo de perder tirou a vontade de vencer das duas equipes. E, assim, só mesmo com as penalidades para resolver quem segue. Paraguai 5x3 Japão.

O último batedor japonês nem precisou fazer sua cobrança. Com o chute no travessão de Komano pelo Japão, os paraguaios precisavam apenas garantir suas cobranças. E foi o que aconteceu, quando Cardozo converteu o pênalti, na última cobrança paraguaia, colocou o nome dele, e de seus companheiros, na história do futebol do Paraguai.

É a primeira vez que a seleção do Paraguai chega a uma quarta de final de Copa do Mundo, feito que também seria histórico para os japoneses. Mas apenas um segue, e desta vez foram os paraguaios, que enfrentam o vencedor de Portugal e Espanha, que disputam a vaga no estádio Green Point, nesta tarde.

Aos paraguaios os louros da vitória, aos japoneses o choro da derrota. Mas é sempre assim, para que um possa sorrir é necessário provocar o pranto do outro em competições. Pois elas privilegiam apenas um. Parabéns Japão, boa sorte Paraguai – vocês vão precisar!

*fotos: terra.com.br

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Previsível e satisfatório. Brasil 3x0 Chile

Como previsto o Brasil passou fácil pelo Chile no Ellis Park na tarde desta segunda-feira. 3x0 com gols de Juan (35’ 1º T), Luis Fabiano (38’ 1º T) e Robinho (14’ 2º T). A Seleção Brasileira apresentou bom conjunto e boas atuações individuais, destaque para a dupla de volantes – Gilberto Silva e Ramirez.

Após ver o jogo e revendo os bons momentos não consigo me lembrar de uma oportunidade insinuante da seleção chilena. Diante desta fragilidade, os jogadores brasileiros tomaram conta de toda a partida. Fortes na marcação e velozes na reposição para o ataque, este time que atuou frente o Chile não sofreu riscos e venceu com autoridade.

Agradabilíssima a apresentação de Ramirez, que substituiu Felipe Melo (contundido). Tão boa atuação que fez aparecer o futebol de um jogador que vinha apagado nesta equipe, não só nesta Copa. Gilberto Silva desarmou, distribuiu o jogo e até finalizou – fez sua melhor partida na era Dunga como treinador da Seleção Brasileira. Pena que Ramirez estará suspenso para próxima partida, após receber o segundo cartão amarelo.

Quem acompanha o blog com assiduidade, lembra-se que taxei aqui como fácil a passagem brasileira frente os chilenos, ao recordar das vitórias obtidas por esta equipe dirigida por Dunga – que privilegia o espaço para jogar, espaço sempre entregue pelo Chile ao Brasil nestes quase quatro anos de trabalho desta comissão técnica.

Assim, vou aproveitar para lembrar o retrospecto brasileiro contra os holandeses – próximos adversários da Seleção neste Mundial. Os com memória mais recente devem lembrar as vitórias de 1994 – quando Branco acertou aquela cobrança de falta que decidiu a classificação – e da de 1998 – quando Taffarel garantiu a vaga para a final contra os franceses na decisão por pênaltis.

Aqueles mais privilegiados em relação aos dados do passado devem ter na lembrança um fato não tão feliz. Em 1974 a “Laranja Mecânica” passou por cima da Seleção Brasileira com uma vitória por 2x0, gols de Neeskens e Cruyff no dia 3 de julho.

O que contaremos após este novo encontro de Brasil e Holanda em uma Copa do Mundo? Teremos lembranças doces como às de 1994 e 1998 ou sofreremos como em 1974? Dê o seu palpite!

*fotos: terra.com.br 

Holanda passa com Robben

Foi bem morninho o jogo entre Holanda e Eslováquia pelas oitavas de final da Copa 2010, no estádio de Durban, nesta segunda-feira. Em processo de banho Maria a seleção holandesa venceu por 2x1, com o gol de Robben aos 18min do primeiro tempo e Sneidjer a cinco minutos do fim da partida. Vittek diminui para os eslovacos aos 48min do tempo regulamentar.

Foi com a preguiça típica de uma segunda-feira que os holandeses conquistaram a vaga para as quartas de final do Mundial da África do Sul. Com o gol conquistado no início da primeira etapa, a Holanda se resguardou e passou a apostar nos contra-ataques para criar as chances de gol. Como os eslovacos não atacavam, o jogo ficou preso no meio campo, com poucas chances de gol.

Por falar em chances de gol, a Eslováquia teve apenas uma boa chance de marcar, fora o pênalti que resultou no tento eslovaco. Isso aos 21min do segundo tempo, quando Vittek perdeu a chance de empatar ao finalizar sobre o goleirão holanddes – Stekelenburg. Muito pouco para uma seleção que quer avançar em uma Copa do Mundo.

Mas a partida não foi ruim apenas pela falta de ambição ofensiva da Eslováquia. A Holanda acomodou-se com a vantagem mínima de 1x0 e ficaram na dependência de um lampejo de Robben, que em duas oportunidades criou chances para ampliar. Uma aos 5min, quando o camisa 11 holandês repetiu o lance do gol, quando puxou para dentro e chutou de esquerda, mas dessa vez o goleiro Mucha pegou. Na outra, um minuto depois, ele criou a jogada e deixou Mathijsen cara a cara com o goleiro – mas o Mathijsen é zagueiro
.
Sneijder fez o segundo depois de uma jogada semelhante a esta que o zagueirão holandês perdeu, mas aí quem estava na área para finalizar era o camisa 10 dos “Laranjas”. A Eslováquia conseguiu diminuir no último segundo do jogo com Vittek em cobrança de pênalti – depois que a bola entrou o árbitro espanhol, Alberto Undiano, apontou o centro de campo e decretou o fim do jogo. A Holanda espera o vencedor de Brasil e Chile para a decisão das quartas de final.

fotos: terra.com.br

domingo, 27 de junho de 2010

Com gol irregular Argentina segue na Copa

Dois lances decidiram o confronto entre argentinos e mexicanos pelas oitavas de final da Copa do Mundo de 2010, que terminou 3x1 para os hermanos, no estádio Soccer City. O primeiro foi aos 26min da primeira etapa, quando o bandeira não assinalou a posição irregular de Carlitos Teves no primeiro gol da seleção argentina. O segundo foi a bobeira de Osório que deixou a bola para Higuain driblar o goleiro e fazer o segundo gol da Argentina.

Com os dois gols sofridos no primeiro tempo a equipe mexicana não teve forças para reagir diante do time de Maradona. Mesmo jogando melhor no início do primeiro tempo, os mexicanos sofreram com o ataque formado por Messi, Teves e Higuain. E foi o ex-corintiano Teves que fez o terceiro gol argentino, aos 8min do segundo tempo – um golaço por sinal. Hernandez diminui para o México em outro belo gol na partida, quando corriam 26min do segundo tempo.

O adversário da Argentina nas quartas de final será a Alemanha, que goleou a Inglaterra por 4x1. Assim como foi feito o caminho dos argentinos na Copa de 2006 los hermanos enfrentaram os mexicanos nas oitavas e enfrentam os alemães nas quartas de final. Na ocasião o time da Argentina foi eliminado pelos donos da casa na disputa por pênaltis, após um empate de 1x1 que seguiu até o final da prorrogação.

Este confronto marca o encontro das duas seleções que apresentaram o melhor futebol até esta fase da Copa da África do Sul. No dia 03 de julho veremos, no estádio Soccer City, se a fragilidade da defesa argentina suporta a versatilidade do ataque alemão. E, por sua vez, se a defesa da Alemanha conseguirá marcar o fortíssimo ataque da Argentina. Infelizmente o enquadramento das chaves nos privará de acompanhar umas destas equipes até o final da competição.

*fotos: terra.com.br